Com CPI e muitas controvérsias, caso Lojas Americanas expõe necessidade de Seguro de Crédito para pequenos e médios fornecedores!

A CPI – Comissão Parlamentar de Inquérito das Lojas Americanas foi aprovada pela Câmara dos Deputados na quarta-feira (17) e deverá investigar a inconsistência contábil de mais de R$ 20 bilhões que foi apresentada nos balanços financeiros das Lojas Americanas. Em relação aos “prejuízos”, por um lado os bancos brigam para conseguir ampliar o aporte feito pelos acionistas de referência da Americanas (os bilionários Jorge Paulo Lemann, Beto Sicupira e Marcel Telles), enquanto os fornecedores da empresa devem amargar um grande prejuízo. Para se ter uma idéia, uma proposta da Americanas em seu Plano de Recuperação Judicial prevê o pagamento integral somente a credores com dívidas de até R$ 12 mil. No entanto, a maioria dos 8 mil fornecedores que tem valores a receber não se enquadram nessa faixa proposta.
O plano de recuperação judicial apresentado na noite da última segunda-feira (20/3) à Justiça do Rio de Janeiro prevê condições duras para o pagamento aos milhares de fornecedores da empresa. A Americanas propõe pagar integralmente apenas dívidas de fornecedores cujo valor não ultrapasse R$ 12 mil – mil, não milhões. A maioria dos 8 mil fornecedores que têm algo a receber da empresa não se enquadra nessa situação. Aos fornecedores que devem mais do que isso, a Americanas propõe algumas alternativas. A primeira é aceitar receber apenas R$ 12 mil, valor que será pago em até 30 dias. Caso não aceite, a segunda opção para o fornecedor é um aplicar um desconto de 50% sobre o total da dívida e receber a metade restante em 48 meses. A outra opção é o pagamento dos créditos de forma integral em até 360 dias (quase um ano), após a aprovação da recuperação judicial. Essa condição só será válida para os “fornecedores colaboradores” – ou seja, todos aqueles que continuarem vendendo seus produtos e serviços para a Americanas nas mesmas condições de preço e prazo praticadas antes de a empresa tornar público o rombo de R$ 20 bilhões em seu balanço.
Quando aos grandes fornecedores, a dívida da Americanas inclui um passivo de mais de R$ 1 bilhão com a fabricante de eletroeletrônicos Samsung, R$ 240 milhões da Nestlé e cerca de R$ 10 milhões devidos a editoras de livros.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *