Por Rogério Gonçalves (Instagram: @rogergoncalves.coach) – Constatar se as demissões de colaboradores ocorrem por iniciativa da empresa ou dos próprios profissionais é essencial para reduzir a rotatividade de funcionários. É natural que, ao longo de sua trajetória, a empresa vá renovando a equipe de trabalho com a partida de antigos colaboradores e a chegada de novos funcionários. Enquanto a organização pode decidir pelo desligamento de alguns (turnover involuntário), outros resolvem partir por conta própria (turnover voluntário).
O problema é quando o número total de saídas excede o natural e traz prejuízos financeiros e estratégicos para a empresa. A taxa de rotatividade de funcionários em uma empresa é calculada pelo indicador chamado turnover: ele mede o número de colaboradores que deixaram a organização em um determinado período para determinar se trata de uma renovação normal ou se está havendo perda de talentos. Assim, analisar se as demissões estão ocorrendo por iniciativa da empresa ou dos próprios funcionários pode fornecer pistas valiosas.
Siga até o fim deste artigo para entender a diferença entre rotatividade voluntária e involuntária e descubra ainda por que é importante reduzir a rotatividade de funcionários na sua empresa.
Rotatividade voluntária
O desligamento de um colaborador pode ocorrer por vários motivos: insatisfação de uma ou de ambas as partes, performance abaixo do desejado, reestruturação da empresa, dificuldades financeiras e muitas outras razões. Em linhas gerais, no entanto, a decisão por uma demissão pode partir da organização ou do próprio colaborador – e este último caso representa o significado de rotatividade voluntária.
A rotatividade voluntária é o desligamento que ocorre quando o colaborador pede demissão por conta própria – ele pode ter recebido uma oferta mais atraente de outra empresa ou estar insatisfeito com o estresse e a falta de valorização do emprego atual. De forma resumida, um alto índice de turnover voluntário é uma forte indicação de problemas tanto na gestão da empresa quanto na condução do setor de RH, uma vez que denota deficiência na retenção de talentos dentro da organização.
Como o turnover voluntário afeta as empresas?
Quando acima do esperado, esta rotatividade pode afetar de forma negativa a imagem da empresa entre os profissionais da área. Mas os problemas não param por aí. O prejuízo relacionado ao capital humano é maior – uma vez que a saída não foi planejada pela organização. Isso porque os demais integrantes da equipe ficam sobrecarregados, afetando a produtividade, prejudicando o clima organizacional.
Além disso, o novo colaborador vai precisar de tempo para se adaptar e conseguir oferecer tudo aquilo que o trabalhador anterior trazia em termos de produção. Em relação à questão financeira, o custo da rotatividade voluntária envolve os valores relacionados ao desligamento e a contratação de outro funcionário. O processo de recrutamento e seleção para o cargo que foi entregue somam-se aos gastos com treinamento do novo integrante da equipe.
Como evitar o turnover voluntário?
A pesquisa realizada pela FIA Employee Experience, elencou os principais motivos que levam os brasileiros a pedirem demissão. Segundo os dados levantados pelo estudo, 27% dos funcionários saem das empresas por conta da falta de reconhecimento. Para evitar a rotatividade voluntária, as organizações precisam contar com estratégias assertivas e eficientes para a retenção de talentos.
Oferecer bons benefícios empresariais e promover a saúde financeira são algumas medidas que podem obter impactos positivos. A questão financeira deixou de ser um problema pessoal, tornando-se essencial para empresas que buscam reduzir os pedidos de demissão.
O investimento na educação, apoio e orientação dos funcionários é capaz de promover inúmeras vantagens, como o aumento da produtividade e a retenção de talentos. A pesquisa “Tendência em benefícios corporativos para 2021”, realizada pela Onze, aponta que a principal fonte de preocupação para os trabalhadores são os problemas financeiros, com 71%.
Essa situação acaba refletindo diretamente no ambiente de trabalho. Ainda de acordo com o levantamento, 25% dos trabalhadores afirmam que precisam resolver pendências financeiras ao longo do dia. Além disso, 35% deles perdem o foco no trabalho devido a essa preocupação.
Uma das alternativas para melhorar esse cenário são os benefícios empresariais. Através deles é possível proporcionar vantagens que auxiliam na economia de custos e na qualidade de vida do trabalhador.
Qual é a solução para reduzir o turnover voluntário?
Existem diversas ações a serem adotadas pela organização que podem colaborar efetivamente para que se crie um ambiente de trabalho mais saudável e agradável a todos e, com isso, uma redução no índice de rotatividade voluntária. Aqui podemos citar:
ADOÇÃO DE UMA JORNADA DE TRABALHO MAIS FLEXÍVEL
A tendência é permitir o regime de home office ou híbrido, priorizando sempre as pessoas e o negócio. Nos casos em que a empresa não puder aderir estes regimes, será importante que a empresa seja mais flexível e permita que o colaborador possa ter um equilíbrio entre sua vida pessoal e profissional.
Priorizar o bem-estar do colaborador fará com que ele dê o melhor de si e assim garantindo o crescimento da empresa.
APRIMORAR O PROCESSO SELETIVO DE FUNCIONÁRIOS
Elaborar um perfil ideal de colaborador para empresa e que tenha encaixe com a cultura, reunindo elementos que possam se destacar no processo de escolha, principalmente que contribua com a cultura da empresa e certificações e experiência.
IMPLANTAR UM PLANO DE CARREIRA
Para evitar aquela frustração de não “sair do lugar”, possibilitar aos funcionários uma maneira de crescer junto com a organização é uma excelente iniciativa.
INVESTIR NO OFERECIMENTO DE BENEFÍCIOS
Proporcionar às pessoas colaboradoras benefícios que, de fato, sejam interessantes para os funcionários e ofereçam maior flexibilidade.
Qual o papel do RH na diminuição de índices da rotatividade voluntária?
Agora que você já entendeu o que é a rotatividade voluntária e seus principais motivadores, deve estar se perguntando como reduzir esse índice, que pode ser muito negativo para a sua empresa. Pois bem, existem algumas estratégias que o RH pode adotar, a fim de evitar que a rotatividade voluntária se torne uma prática comum no seu negócio, dentre essas, podemos destacar:
a realização de bons processos seletivos;
a oferta de feedbacks constantes;
o desenvolvimento de um plano de carreira para os funcionários;
o alinhamento da cultura organizacional com o encaixe cultural dos profissionais;
a oferta de benefícios de valor para os profissionais;
realização de treinamentos;
a correção de gargalos na organização;
e muito mais.
É fundamental que o RH estimule a comunicação transparente dos líderes com seus liderados, e sempre busque por profissionais que se encaixem com a cultural da empresa, isso ajuda na redução da rotatividade voluntária, e cria um ambiente de trabalho muito mais atrativo para os profissionais.
Conclusão
Neste artigo, expliquei o que é a rotatividade voluntária, e mostrei um pouco sobre como o descontentamento dos profissionais pode atrapalhar o desenvolvimento das empresas, e até ser um processo que encarece a manutenção de funcionários.
Além disso, consegui destacar como um ambiente de trabalho saudável, que preza pela satisfação dos trabalhadores, é benéfico tanto para a saúde dos colaboradores, como dos negócios.
Aqui também pudemos destacar a importância do RH no processo de reconhecer os motivos da rotatividade voluntária, e como evitar ambientes tóxicos, para assim criar ambientes de trabalho muito mais atrativos e seguros para os profissionais. E aí, gostou desse conteúdo?
Conseguiu entender a importância de estar de olho na rotatividade voluntária da sua empresa, para assim não ter prejuízos com processos admissionais e demissionais?
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