Um novo recorde de 142 catástrofes naturais acumula 108 bilhões de dólares em perdas seguradas em 2023, de acordo com Swiss Re Institute
Perdas globais seguradas por catástrofes naturais ultrapassam 100 bilhões de dólares pelo quarto ano consecutivo em 2023, sendo o terremoto na Turquia e na Síria o desastre mais caro (perdas seguradas estimadas em 6.2 bilhões de dólares)
A frequência de eventos é o principal impulsionador de perdas acumuladas, com tempestades convectivas severas (SCS – sigla em inglês para catástrofes naturais) representando um recorde histórico de 64 bilhões de dólares em 2023; 85% destas perdas tiveram origem nos Estados Unidos, enquanto apresentaram crescimento mais rápido na Europa.
Com a intensificação dos riscos induzidos pelas mudanças climáticas, é provável que as perdas aumentem no futuro, tornando as medidas de adaptação essenciais para reduzir o potencial de perda.
Zurique, 26 de março de 2024 – Um terremoto devastador na Turquia e na Síria, tempestades convectivas severas (SCS) e inundações urbanas em grande escala foram os principais eventos que impulsionaram as perdas seguradas por catástrofes naturais que alcançaram 108 bilhões de dólares em 2023, reafirmando a tendência de crescimento anual de 5-7% nas perdas seguradas globais desde 1994. O Swiss Re Institute estima que as perdas seguradas podem dobrar nos próximos dez anos à medida que as temperaturas aumentam e os eventos climáticos extremos se tornam mais frequentes e intensos. Portanto, medidas de mitigação e adaptação são essenciais para reduzir o risco de catástrofes naturais.
Perdas globais seguradas por catástrofes naturais ultrapassaram o crescimento econômico global nos últimos 30 anos. De 1994 a 2023, as perdas seguradas ajustadas pela inflação decorrentes de catástrofes naturais foram em média 5,9% ao ano, enquanto o PIB global cresceu 2,7%. Em outras palavras, nos últimos 30 anos, o peso das perdas relativas comparadas ao PIB duplicou.
Terremoto foi o desastre mais caro, enquanto SCS bateu recorde de perdas seguradas em 2023
A catástrofe natural mais destrutiva do ano foi o terramoto na Turquia e na Síria, em fevereiro, com perdas seguradas estimadas em 6,2 bilhões de dólares.
O ano de 2023 também foi marcado por uma alta frequência de eventos, já que 142 catástrofes naturais seguradas estabeleceram um novo recorde. A maioria foi de gravidade média, resultando em perdas de 1 a 5 milhões de dólares. Houve pelo menos 30 eventos deste tipo em 2023, muito mais do que a média dos dez anos anteriores (17). Desses eventos, 21 foram tempestades convectivas severas (SCS), um novo recorde. O número destes eventos de gravidade média cresceu 7,5% desde 1994, quase o dobro do aumento de 3,9% nas catástrofes em geral.
Depois dos ciclones tropicais, as tempestades severas estabeleceram-se como o segundo maior perigo gerador de perdas devido às exposições causadas pela urbanização e pelo crescimento econômico e populacional. As tempestades de granizo são, de longe, o principal contribuinte para as perdas seguradas de SCS – termo genérico para uma série de perigos, incluindo tornados, ventos em linha reta e grandes pedras de granizo – responsáveis por 50-80% de todas as perdas seguradas causadas.
SCS são eventos climáticos frequentemente observados que se desenvolvem quando o ar quente e úmido sobe da superfície da Terra para as camadas superiores da troposfera, levando à formação de nuvens altas, relâmpagos e trovões. Enquanto isso, parcelas de ar frio chegam à superfície da Terra, trazendo fortes rajadas de vento, chuva ou até mesmo granizo.
As perdas seguradas globais de SCS acumularam um novo recorde de 64 bilhões de dólares a nível mundial em 2023, 85% originadas nos Estados Unidos. As perdas seguradas relacionadas a SCS registaram o crescimento mais rápido na Europa, ultrapassando 5 bilhões de dólares em cada um dos últimos três anos. O risco de granizo, em particular, está aumentando principalmente na Alemanha, Itália e França.
Definindo prêmios como incentivos para medidas de adaptação
O aumento das exposições devido ao crescimento econômico e populacional, urbanização e acumulação de riquezas permanecem como a principal força por trás do aumento das perdas relacionadas a SCS e os efeitos das mudanças climáticas são suscetíveis de exacerbarem a tendência. Outro fator é a mudança nas vulnerabilidades de exposição, como o rápido crescimento das instalações de sistemas de energia solar nos telhados.
O primeiro passo para reduzir os danos é diminuir o potencial de perda por meio de medidas de adaptação, como a aplicação de códigos de construção de barreiras de proteção contra inundações e desencorajar o assentamento em áreas propensas a perigos naturais. Além disso, uma colaboração com seguradoras, associações de seguros e o setor público permite uma troca de dados que é fundamental para a mitigação de riscos compartilhados.
Acesse o estudo completo em inglês, neste link
Sobre o Grupo Swiss Re
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