De acordo com levantamento de FF Seguros sobre sinistros com semeadoras, as colisões respondem por mais de 80% dos casos registrados
Durante a entressafra, os trabalhos de campo não param. É preciso preparar o maquinário para a temporada seguinte, investindo em limpeza, lubrificação, manutenção preventiva e armazenagem adequada da frota.
Embora só seja permitido iniciar a semeadura após o término do vazio sanitário da soja, é fundamental que os agricultores façam o preparo de solo e planejem a semeadura com antecedência para mitigar os riscos inerentes às operações.
Entre os meses de setembro a novembro, há uma intensificação do uso de semeadoras e tratores em razão da janela de semeadura da primeira safra de grãos.
Com a aplicação do Sistema Plantio Direito (SPD), as semeadoras são as máquinas responsáveis por cortar a palhada presente na área, com a mínima mobilização possível de solo. Na mesma operação, a máquina abre o sulco de plantio afastando a cobertura vegetal e geralmente realiza a adubação no sulco antes de depositar a semente.
Deve-se realizar a adequada calibragem da semeadora para que as sementes sejam distribuídas com a profundidade e densidade ideais. Assim, é possível garantir uma boa emergência de estande, evitando o surgimento de falhas e duplas nas linhas de cultivo. Porém, mesmo com todos os cuidados habituais de manejo, existem riscos que fogem do controle do produtor e merecem atenção.
De acordo com um levantamento de sinistros da FF Seguros, com base no estudo de uma amostra de 50 sinistros selecionada entre os anos de 2020 e 2024, o principal risco para esse tipo de máquina é o acidente de causa externa, principalmente colisões, representando mais de 80% dos casos de sinistros analisados pela pesquisa.
Em segundo lugar no ranking ficou o risco de danos elétricos, com aproximadamente 10%. O levantamento revelou um aumento do índice de sinistralidade de semeadoras de 2%, em 2022, para 15% em 2023. Esse índice demonstra o crescimento dos casos de sinistros de semeadoras e pagamentos de indenizações pela seguradora.
Além dos prejuízos relacionados à perda total ou despesas para reparo da máquina, os acidentes são preocupantes porque podem interromper as operações de campo, prejudicando o cumprimento da janela de plantio.
Por isso, antes do plantio, recomenda-se monitorar a área e remover obstáculos visíveis como tocos de árvores e cupinzeiros.
Entre os exemplos de sinistros, a FF Seguros indenizou em R$ 148,5 mil um agricultor que teve a semeadora tombada em Arroio do Tigre, no Rio Grande do Sul. O acidente, ocorrido em dezembro de 2023, deixou a semeadora com linhas desalinhadas e deformidades nessa estrutura.
Além disso, o tombamento causou deformidades no conjunto de cabeçalho e reservatório de sementes. Em outro caso atendido pela seguradora, em dezembro de 2023, houve uma colisão de semeadora com um obstáculo presente no solo. O acidente ocorreu em São Miguel das Mansões (RS) e a máquina teve perdas que resultaram em uma indenização de R$ 132 mil.
Durante as operações de plantio, os tratores, que são máquinas essenciais para rebocar as semeadoras e implementos, também ficam suscetíveis às perdas causadas por acidentes. Por isso, antes de iniciar o plantio, é recomendável que os bens sejam segurados.
Proteção de máquinas e implementos
A FF Seguros oferece o seguro patrimonial rural e de penhor rural para proteger uma ampla gama de máquinas e implementos agrícolas, como semeadoras, tratores, colheitadeiras, entre outros. Ambas as modalidades de seguro protegem máquinas contra acidentes (colisão ou tombamento), roubo e furto mediante arrombamento. Na análise geral de sinistros das modalidades patrimonial e de penhor rural para todas as máquinas e implementos, a seguradora observou avanço da demanda e valor segurado.
Os produtos da FF Seguros oferecem condições especiais e flexibilidade. O produtor dispõe da opção de adicionar coberturas extras como furto simples, incêndio, raio, explosão e até lucros cessantes, para cobrir perdas em razão da interrupção das atividades agrícolas.
A diferença entre as modalidades é que o seguro de penhor rural protege apenas ativos dados em garantia para bancos em operações de financiamento rural, apontando a instituição financeira como beneficiária da apólice.
A contratação pode ser anual ou plurianual, com vigência de até cinco anos. Como diferencial da modalidade patrimonial rural, é possível estabelecer cláusulas de rateio variáveis de acordo com as necessidades do produtor, que pode decidir o valor segurado entre 40% até 100% do valor total do bem.
De acordo com Caputo, os produtores que desejam segurar toda a frota de máquinas e outros bens encontram taxas diferenciadas.