Mercado de resseguros pressiona precificação do seguro garantia

O encarecimento do resseguro internacional e a menor disposição de grandes players globais em assumir riscos no Brasil têm pressionado — de forma direta — a precificação do seguro garantia.
Seguradoras enfrentam custos mais altos na renovação de contratos e limites mais restritos, o que resulta em taxas maiores e processos de análise mais rigorosos para empresas que dependem da cobertura.
Em 2024, o movimento ganhou força: foram desembolsados R$ 26 bilhões em resseguros no país, alta de 4,4% sobre o ano anterior, segundo dados divulgados pela Veja.

Pressão internacional altera a precificação no Brasil

Desde 2023, resseguradores vêm revisando posições em mercados emergentes, reduzindo capacidade e aumentando o valor das renovações.
O Brasil — pela combinação de alta demanda, projetos de longo prazo e ambiente jurídico complexo — passou a receber atenção especial.

O efeito aparece primeiro no preço:

contratos proporcionais ficaram mais caros;
proteções de excesso de perdas tiveram aumento relevante;
e a margem para descontos praticamente desapareceu.
Operações antes rotineiras agora exigem análises mais profundas, sobretudo em setores sensíveis à volatilidade financeira.

Capacidade menor alonga prazos e exige fracionamento
A redução de exposição dos resseguradores também diminuiu limites por tomador nas seguradoras.
Em grandes projetos — como obras públicas, concessões e infraestrutura — já é comum dividir a emissão de garantias entre várias companhias para atingir o valor necessário.

Esse fracionamento alonga prazos e aumenta a complexidade da operação.

O Brasil consome hoje cerca de R$ 1,5 trilhão em capacidade de seguro garantia considerando apólices vigentes em diferentes segmentos, o que pressiona ainda mais a retrocessão internacional e exige planejamento cuidadoso das seguradoras sobre o uso de suas cotas.

Para o tomador, a consequência é direta: processos que antes levavam dias agora podem demorar semanas, dependendo da análise financeira e do volume de co-seguro necessário.

Endurecimento na análise vira rotina
Com a pressão internacional, seguradoras intensificaram seus critérios internos. Hoje, há exigência maior de:

demonstrações financeiras recentes,
análise profunda de liquidez,
avaliação rigorosa do endividamento,
histórico de judicialização,
e presença mais frequente de comitês de risco.
Empresas com balanços pressionados ou forte dependência de contratos públicos enfrentam barreiras mais altas para obter garantias.
O processo tornou-se mais técnico e menos flexível comercialmente.
(Fonte: ACRISURE)

Publicidade: AXA no Brasil
Publicidade: Bradesco Seguros
Publicidade: Analysis
Publicidade: Grupo Exalt

Compartilhe

Assine nossa newsletter