Com eventos cada vez mais frequentes, as cidades precisam se adequar. Não há como prever onde eles irão ocorrer e falta atenção ao bioma marítimo.
Para o mercado de seguros, cada evento é um aprendizado não aceitação de riscos, na adequação de produtos e na criação de novos
Idealizado por membros da Academia Paulista de Letras (APL), especializados no meio ambiente, no seminário “Está Chegando o Verão: Mudanças climáticas, urbanização e vulnerabilidades – impactos no curto prazo”, ficou mais do que claro que mitigar riscos não adianta mais.
O Brasil e o mundo perderam a oportunidade desde 1992, quando foi realizada a ECO-92, ou Conferência das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento e o Meio Ambiente, no Rio de Janeiro, e chefes de estados (não todos) se comprometeram a reduzir as emissões de gases de efeito estufa de seus países.
Segundo ele, eventos extremos ocorreram no passado, mas estão se tornando cada vez mais frequentes pela quantidade de CO2 emitida globalmente na atmosfera.
Goldemberg também falou sobre o Brasil no cenário mundial.
Um bioma esquecido
O Brasil possui cerca de 10 mil km de costa, 3,5 milhões de quilômetros quadrados de áreas marinhas sob jurisdição nacional e mais de 712 mil quilômetros quadrados de extensão da plataforma continental. João Lara Mesquita, membro da APL e jornalista especialista em deterioração do litoral, foi enfático ao dizer que quase ninguém no país pensa no bioma marítimo como um bioma.
Mesquita retratou que todas as unidades de conservação foram criadas em biomas terrestres e que somente no governo Temer foi criado a Reserva de Vida Selvagem dos Alcatrazes. Ele também elogiou a atuação do Ministério do Meio Ambiente, Zequinha Sarney, na gestão de Temer.
Criador do site Mar sem fim, Mesquita também mostrou um retrato da ocupação irregular na serra do mar no litoral Norte de São Paulo.
Conscientização
José Renato Nalini, membro da APL e Secretário de Mudanças Climáticas da cidade de São Paulo, contou que a prefeitura de São Paulo foi a primeira do país ao criar uma Secretaria de Mudanças Climáticas, em 2021, servindo como modelo para outros munícipios. Antes disso, a prefeitura paulistana já tinha criado o PlanClima SP, Plano de Ação Climática do Município de São Paulo.
Segundo ele, São Paulo tem três vilões nas emissões: veículos funcionando a base de combustíveis fósseis, energia estacionária e resíduos sólidos.
Nalini sugeriu a criação de um seguro coletivo.
O papel do seguro e os aprendizados
Antonio Penteado Mendonça, presidente da Academia Paulista de Letras e especialista em seguros, comentou que o Brasil não é famoso por ter um planejamento com foco ambiental ou com foco ecológico.
E não só no Brasil.
CEO da Porto Seguro e presidente do SindsegSP, Rivaldo Leite, falou sobre os aprendizados para o mercado de seguros.
Para ela, é preciso sinalizar os riscos de forma mais eficaz e integrada ao planejamento preventivo do setor, e as seguradoras podem contribuir incentivando ações antecipadas para enfrentar fenômenos climáticos e fortalecer uma cultura de sustentabilidade.
De acordo com Carlos Queiroz, diretor da Susep,
O seminário foi realizado na Academia Paulista de Letras (APL), no dia 5 de novembro, em parceria com a CNseg e o SindsegSP e o apoio do Estadão. Também participaram dele o Dr. Pedro Ivo Mioni Camarinha (Cemaden/MCTI), Bernardo Rossi (ex-prefeito de Petrópolis), Cel. Henguel Ricardo Pereira (Defesa Civil do Estado de SP), Daniele Amaral (INEA-RJ), Dr. Adriano Mota Ferreira (Cemaden/MCTI), que apresentaram ações que estão sendo tomadas em São Paulo e no Rio de Janeiro para minimizar os impactos das mudanças climáticas. A próxima edição do seminário será realizada em setembro de 2025.
Foto: Antonio Penteado Mendonça, Rivaldo Leite e Carlos Queiroz