Por Maicon Arrais – superintendente de marketing da Select Operadora de Saúde
A discussão sobre saúde no Brasil exige um grau de seriedade que, por vezes, parece se perder em meio a números, tabelas e protocolos. Quando se observa a realidade enfrentada por milhões de brasileiros com filas intermináveis, diagnósticos tardios, consultas marcadas para meses depois da necessidade real, a constatação é inevitável: o tempo, que deveria ser aliado, tem sido um inimigo silencioso. Em saúde, a espera não é neutra; ela adoece.
A urgência que marca o cuidado deveria orientar todo o ecossistema da saúde suplementar. Esse ponto fica evidente em campanhas recentes, como a da Select Operadora de Saúde, que têm colocado o debate no centro: saúde não pode esperar. Em um dos materiais produzidos, afirmamos que “a espera prolongada gera risco, ansiedade e insegurança”, reforçando que o cuidado precisa ser imediato, humano e resolutivo .
Quando se discute planos de saúde, é comum que a análise recaia exclusivamente sobre números: custos, reajustes, tickets médios, sinistralidade. Mas números não respiram, não sentem dor, não perdem tempo de vida à espera de um exame. Quem perde são as pessoas. Pessoas que precisam ser enxergadas antes de qualquer planilha.
Por isso, defender um modelo mais humano não é retórica: é necessidade urgente. A demora no atendimento é um dos principais agravantes de doenças no país. Atrasos na primeira avaliação médica podem transformar sintomas simples em quadros graves e caros, com impactos emocionais, familiares e econômicos. Tempo mal administrado não é apenas um problema de gestão; é um risco de vida.
Neste contexto, a discussão sobre carência ganha novo significado. Não como barreira, mas como instrumento de acesso. Ao lançarmos a campanha “Mude hoje, use 24h após ativação”, com carência reduzida para consultas e exames simples eletivos, a Select propõe uma inversão histórica no olhar sobre o tempo do cuidado. Tempo é sinônimo de cuidado e o paciente precisa ser atendido quando precisa de cuidado.
A carência, tradicionalmente vista como um período de espera, passa a rimar com urgência. E deveria. Porque saúde é, por definição, imediata. Não existe doença que respeite prazos administrativos. Não existe dor que aguarde análise de viabilidade. O corpo não adia sua própria necessidade.
A Select tem defendido que o setor deve olhar para além das tabelas, reposicionando a lógica da saúde suplementar. Isso inclui compreender que um plano não é apenas um produto; é um instrumento de cuidado, de proteção e, muitas vezes, de sobrevivência. E cuidado se faz com proximidade, humanização e agilidade.
Num cenário em que milhões de pessoas convivem com a angústia de não saber quando serão atendidas, iniciativas que eliminam burocracias e reduzem barreiras de acesso são mais do que inovação: são compromisso social. São respostas reais a problemas reais, como a ansiedade gerada pela espera, o agravamento de quadros clínicos e a perda de janelas de tratamento.
A saúde no Brasil precisa de decisões cirúrgicas, precisas, rápidas e efetivas. E precisa, sobretudo, que essas decisões partam do princípio de que por trás de cada contrato existe uma vida, uma história, uma família. O cuidado só se sustenta quando consegue alcançar quem dele necessita no tempo certo: o agora.
Num país em que a espera tem custado vidas, não há mais espaço para romantizar processos lentos. Tampouco para justificar burocracias que afastam o paciente do atendimento. Se saúde é urgência, e é, então o compromisso com ela deve ser igualmente urgente.
Porque, no fim das contas, o que importa não é quantos aderem a um plano, mas quantos conseguem viver melhor por causa dele. E essa é a métrica mais humana, e mais necessária, que o setor precisa adotar.