ANSP Café discute formação dos profissionais em Seguros e Previdência

Debatedores trouxeram a pauta a necessidade de capacitação, as competências e habilidades necessárias para atuar no mercado, tendo em vista o novo ambiente de negócios e a transformação digital das empresas

No dia 06 de novembro, a Academia Nacional de Seguros e Previdência (ANSP) realizou uma live para falar sobre o tema “Profissionais em Seguros e Previdência: Competências para o Novo Ambiente Digital”, em mais uma edição do ANSP Café. Transmitido pelo canal da instituição, no Youtube, o evento teve a participação do Diretor Acadêmico e de Ensino da ANSP, Ac. Sergio Nobre, na abertura, e do Coordenador da Cátedra de Educação em Seguros, Ac. Prof. Dr. Sergio Hoeflich, na contextualização do tema e a moderação das palestras.

Também contou com as presenças de Valdirene Soares Secato, Diretora de Recursos Humanos, Universeg, Sustentabilidade e Ouvidoria no Grupo Bradesco Seguros, do Ac. Thiago Fecher, Coordenador da Unisincor e de Suzana Opatrny, Presidente do Instituto Techmail, além da Ac. Maria Helena Monteiro, Diretora de Ensino ENS – Escola de Negócios e Seguros, como expositores e debatedores.

O objetivo do evento foi discutir a formação dos profissionais, as diferentes visões dos intervenientes sobre competências e habilidades necessárias na formação de profissionais de seguros e previdência, considerando o novo ambiente de negócios e a transformação digital das empresas do setor de seguros e previdência.

“Montamos essa cátedra com um desafio, que é o de encontrar meios para capacitar os profissionais, desde que iniciam no mercado de seguros. Também precisamos rever e refletir sobre o que temos feito para a cadeia produtiva dos seguros e, nesse sentido, e como podemos contribuir para a indústria do seguro”

explicou Ac. Sérgio Hoeflich.

Para Valdirene Secato o desafio de toda a indústria é ser suficientemente bem-vista pelos jovens, para que eles consigam identificar propósito e fazer carreira nas empresas. De acordo com a executiva, o jovem que inicia a sua vida profissional na Bradesco Seguros tem boas perspectivas de amadurecer e seguir várias carreiras internamente.

Isso porque, o grupo tem diversas empresas, posicionando-se em muitos ramos de seguros, sem contar a holding que oferece oportunidades que vão da área de tecnologia ao RH.

“Então, esses jovens que ingressam no primeiro emprego conosco, quer seja por meio de um programa de aprendiz, trainee ou estágio, podem seguir carreira”

assegurou.

Segundo a Diretora de Recursos Humanos, na companhia o colaborador segue uma trilha de comunicação que garante seu desenvolvimento. Os programas de estágio da empresa também navegam pelos multi ramos e multifunções. A partir do momento que passa pela seleção, o funcionário é direcionado para um programa, uma trilha de capacitação para que ele se desenvolva.

Atualmente, o percentual de retenção de jovens na Bradesco Seguros, com perspectiva de fazer carreira e preencher os espaços da companhia, é de 60%. Em relação ao Programa Trainee Cientista de Dados, a empresa está na sua segunda edição. Sendo que na edição atual ele foi ampliado para cloud e cyber, áreas da tecnologia muito necessárias dentro da empresa.

Durante os dois anos do programa, os jovens desenvolvem projetos e podem se tornar funcionários seniores, atuando nas áreas de seus estágios.

“Acreditamos que se levarmos conhecimento e capacitarmos os jovens, nós ampliamos as chances de que eles fiquem conosco. Sempre vamos motivá-los a carreira interna, a ficar conosco pelas perspectivas e autodesenvolvimento. Vale destacar que todas as camadas da liderança da companhia se envolvem, participam desse desafio.”

afirmou.

Ao final de sua apresentação Valdirene também falou sobre a Universidade do Bradesco, plataforma que oferece gratuitamente mais de 600 soluções, em diversos formatos. Funciona 24/7, para que os parceiros da empresa possam buscar capacitação no momento mais adequado de sua rotina.

Além de formá-los para que tenham profundo conhecimento sobre os produtos que a seguradora distribui aos seus clientes de todo o País, o curso também os prepara para serem profissionais de modelo muito mais consultivo, mais focados no cliente. A grade do curso inclui temas como saúde mental e sucessão de parceiros – Programa Ciclos.

“Além da Universidade dos Corretores temos agora o espaço Universeg, que é uma solução gratuita para a sociedade, com foco na educação da população no segmento de seguros. Oferecemos mais de 100 soluções, de cursos básicos a certificações, disponíveis a todos”

concluiu.

Como Coordenador da Unisincor, braço de educação do Sindicato dos Corretores de Seguros de São Paulo (Sincor-SP), Ac. Thiago Fecher participou do painel representando a figura do corretor de seguros.

“Temos nos deparado com alguns conflitos de conceitos. É um universo muito vasto, que nos desafia a criar soluções. Quando o assunto é a formação de corretores, o desafio é ainda maior. É muito raro vermos um plano de carreira bem estruturado, uma descrição bem estruturada dentro de uma corretora”

pontuou

Na visão de Fecher, a falta de mão de obra e a incompatibilidade de perfis são outras dificuldades enfrentadas no dia a dia. Para ele, é tudo muito desafiador e complexo para que se crie uma estratégia única de educação.

“O Sincor busca criar um ambiente onde todos os corretores possam buscar formação/capacitação para si e para suas equipes. A partir do momento que oferecemos ferramentas, que ligamos os profissionais as soluções, só tendemos a avançar economicamente”

defendeu.

O Coordenador da Unisincor também pontuou que existe um mercado ainda ivisível para o corretor de seguros, mas que pode ser vislumbrado com a promoção de oportunidades de ofertas de produtos, serviços e modelos de negócios inovadores. E se a proteção do seguro chegar até um novo público ele poderá melhorar na realidade, a economia do país e a vida dos clientes.

“Precisamos entender qual é a realidade do mercado, da corretagem hoje, para oferecer os produtos, as reflexões e provocação que vão alavancar a proteção das pessoas e das empresas, o que vai refletir na economia como um todo”

analisou.

Há 26 anos no mercado de seguros, Suzana Opatrny fundou a Techmail, empresa de prestação de serviços focada no mercado de seguros. A companhia já nasceu com impacto social, pois todos os seus colaboradores vieram de comunidade, principalmente da comunidade de Paraisópolis, em São Paulo.

“Eu me tornei uma empresária no setor securitário sempre olhando muito essa questão social. Depois de 15 anos observando o mercado e essa questão de oferta e demanda eu dei um outro passo importante, enfrentei o desafio de fundar uma organização social de interesse público, sem fins lucrativos, para promover educação para o mercado de seguros”

destacou.

O Instituto Techmail capacita jovens de escolas públicas, jovens em situação vulnerável para o mercado de seguros. O Instituto existe há 13 anos e a Techmail há 27. Seus compromissos são o Conselho Municipal da Criança e do Adolescente, com a certificação de regulamentação como entidade. Possui o selo municipal dos Direitos Humanos, a certificação para receber aportes internacionais, o certificado pelo Fundo Municipal da Criança do Adolescente e o Fundo Estadual da Criança e do Adolescente.

O processo seletivo do Instituto Techmail é composto por uma prova de português, matemática, conhecimentos gerais e raciocínio lógico, além de uma entrevista pessoal e uma dinâmica de grupo. Para se formar uma turma são selecionados 30 jovens, que vêm de forma orgânica para o instituto, ou através das mídias sociais, indicação de ex-alunos e distribuição de folhetos.

A instituição recebe, em média, 200 inscrições para 30 vagas.

“O perfil dos nossos alunos é de 60% mulheres. O restante são homens, pessoas trans, LGBTQIAPN+, negros, e índios. Também fizemos o primeiro projeto global de refugiados para o mercado de seguros, pelo qual 30 jovens foram capacitados e devidamente introduzidos no mercado de seguros”

revelou

Em relação ao conteúdo da capacitação, o instituto oferece uma programação de três meses de aula presencial (312 horas e 20 horas de palestras), incentivando o voluntariado corporativo no mercado de seguros. Ao final do curso os alunos apresentam o Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) para a banca que é composta por mentores do setor que são convidados especialmente para essa ocasião.

O curso é totalmente gratuito e os jovens ainda recebem café da manhã, almoço, vale transporte, material didático e uniforme.

“Todos esses benefícios representam 70% do valor do projeto. Atualmente temos mais de 280 voluntários e fila de espera. Acumulamos mais de 800 horas de palestras de soft e hard skills e mais de 300 TCCs produzidos”

acrescentou Suzana.

Para promover networking, o instituto leva os jovens a participar de eventos do mercado de seguros. Isso cria uma relação entre os jovens estudantes e profissionais mais experientes. Os alunos têm um contato mais próximo com as empresas com as quais eles estão trabalhando, ganham brindes e se familiarizam com os temas e profissionais do setor.

“A visita a eventos do mercado de seguros promove aprendizado e trabalha a questão comportamental. Por ser um setor extremamente tradicional às vezes é difícil de trabalhar as soft skills em sala de aula. E dentro nesses eventos nós conseguimos mostrar na prática as soft skills para os jovens”

pontuou.

Em relação as áreas de atuação, a palestrante ressaltou que, diferentemente do que ocorria antigamente, que os jovens entravam nas empresas para realizar atividades de baixa relevância, como separação de papel ou recepção, hoje eles ocupam atividades de extrema relevância nas companhias. Ao final de sua apresentação, a painelista ressaltou os diferenciais do Instituto Techmail, contou cases de sucesso e compartilhou alguns números que comprovam a relevância do trabalho que vem sendo realizado.

“Até o momento capacitamos mais de 60 turmas. Alcançamos 95% de empregabilidade pós-curso e 60% de retenção de jovens no mercado securitário. São mais de 25.000 horas de ensino e mais de 1900 jovens capacitados”

destacou.

Essa edição do ANSP Café teve a coordenação do Prof. Dr. Sergio Hoeflich, de Ac. Sergio Nobre e do vice-presidente da ANSP, Ac. Edmur de Almeida. Teve o apoio da Associação Internacional do Direito do Seguro (AIDA Brasil), e da Associação Brasileira de Gerência de Riscos (ABGR).

Assista a live completa no canal da ANSP:

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